“Nove e Meia Semanas de Amor” foi produzido em 1986. Esteve em cartaz na cidade de São Paulo, no antigo Belas Artes, por longos quatro anos. Marcou época quando eu ainda era jovem demais para compreendê-lo. O texto abaixo é parte de um artigo escrito brilhantemente pela Maria Rita Kehl em 1990. Minha lembrança adiantada para o próximo dia 8, o Dia Internacional das Mulheres. O texto é da Maria Rita Kehl. KEHL, Maria Rita. Nove e Meia Semanas de Amor . In: O Cinema dos Anos 80. São Paulo: Brasiliense, 1991, pp. 207-224. “A eficiência de Kim Basinger nesse filme é que o conjunto de clichês que ela adota para compor sua personagem consegue criar uma espécie de mulher idealizada ali onde não há mulher alguma. Além de linda, Lizz é uma colagem maneirista de sinais de pura feminilidade. Um excesso de boquinhas, mãozinhas no rosto, pezinhos espevitados, olhares encobertos por mechazinhas de cabelo, suspirinhos, sobressaltos, ataquezinhos de fúria, gritinhos ...