“Eu não tenho mais paciência com a ausência de dúvida”... Eu disse esta frase ontem, em meio à conversa com uma amiga, e no instante em que a verbalizei me surpreendi, pois me parece expressar muito bem minha angústia atual. Incompreensível como tanta gente estudada, diplomada, se acha tão dona da verdade, tão disposta a considerar o horizonte limitado do que podem perceber como a verdade global e absoluta! Julgam e sentenciam tudo e todos de acordo com... Nada! Ou de acordo com as próprias alucinações... Eu duvido do que posso ver, ouvir, enxergar, concluir, duvido de mim... E isso vem de muito antes de estudar Descartes e sua dúvida metódica, de muito antes de saber que Nietzsche entende que todo ser vivo é solitário irremediavelmente, pois não pode comunicar suas percepções, sentimentos, pensamentos mais íntimos, mais intrínseco. Vem se muito antes de perder as ilusões com a minha própria capacidade de conhecer totalmente as minhas reais motivações. Sou um labirinto, um paradox...
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