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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Rest in Peace

  Não sou uma escritora. Não do tipo que escolhe um tema, que cria personagens fictícios, que estrutura um texto. Não planejo, não defino estruturas e não escolho palavras. Elas me escolhem, me agarram, penetram meu cérebro e escorrem pelos meus dedos por impulsos. São orgânicas, sedutoras, ditadoras que se insinuam e se impõem. Não há nada que escrevo que não seja um eu pontual e sem invenções. Fluxo. Momentânea nudez em palavras. Ando avessa a longos textos de Internet. Essas coisas cansativas e pretenciosas. Morri, renasci. Minhas percepções mudaram. Minha disposição mudou. Sejamos breve, pois a vida é breve. Cada vez mais menos precisa ser dito. Mas, o não dito sufoca. David Bowie morreu. Eu ainda não acredito... Mas, sufoco. As palavras se contorcem, estremecem, se encolhem e fogem de medo. As palavras se dão conta de sua inutilidade, mais uma vez... Palavras, sejam corajosas! Bowie talvez seja o mais perfeito exemplo de vida autêntica, de homem que ao moldar-se moldou um mun...