Não sou uma escritora. Não do tipo que escolhe um tema, que cria personagens fictícios, que estrutura um texto. Não planejo, não defino estruturas e não escolho palavras. Elas me escolhem, me agarram, penetram meu cérebro e escorrem pelos meus dedos por impulsos. São orgânicas, sedutoras, ditadoras que se insinuam e se impõem. Não há nada que escrevo que não seja um eu pontual e sem invenções. Fluxo. Momentânea nudez em palavras. Ando avessa a longos textos de Internet. Essas coisas cansativas e pretenciosas. Morri, renasci. Minhas percepções mudaram. Minha disposição mudou. Sejamos breve, pois a vida é breve. Cada vez mais menos precisa ser dito. Mas, o não dito sufoca. David Bowie morreu. Eu ainda não acredito... Mas, sufoco. As palavras se contorcem, estremecem, se encolhem e fogem de medo. As palavras se dão conta de sua inutilidade, mais uma vez... Palavras, sejam corajosas! Bowie talvez seja o mais perfeito exemplo de vida autêntica, de homem que ao moldar-se moldou um mun...
Opinando, palpitando, divagando desde 2007