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O Incomum








And your prayers they break the sky in two


Believing the strangest things, loving the alien




Na noite de 10 de janeiro de 2016, domingo, eu estava no YouTube, vendo e ouvindo vídeos antigos de David Bowie.





Foi na década de 80 que eu conheci sua música, então inicialmente fui mais marcada pela fase que vai de 83 a 87 (Let’s Dance, Tonight, Never Let Me Down) e naquela noite relembrava aqueles dias e aqueles sons. Carinho especial por Time Will Crawl, que não me canso de ouvir, e por Loving The Alien que ouvi repetidamente e cheguei a compartilhar no meu mural do Facebook, no modo visível apenas para mim como frequentemente faço com coisas de importância muito pessoal. Desliguei o computador, fui dormir e ao reconectar, no dia 12 de janeiro, fiquei sabendo que Bowie partiu enquanto eu ouvia suas músicas.





Àquela altura eu já tinha me decidido a repudiar as coincidências. Me esforçava para não atribuir qualquer significado a fatos casuais. E daí que Bowie havia partido enquanto eu o ouvia, depois de anos sem ter parado para ouví-lo? Mera casualidade sem qualquer significado. Eu reabrir o baú das minhas memórias, ao mesmo tempo em que outros ao redor do mundo também o faziam, enquanto ele partia. E daí? Coincidência, apenas.





Na verdade, esvaziar coincidências de qualquer significado é emocionalmente mais confortável. Mas, certamente, no mínimo elas são fatos que acontecem simultaneamente, havendo convergência espacial ou não. Por isso se fazem notar e, na vida prática, assumem a importância que damos a elas.



E existe outro fator que caracteriza uma coincidência: ela passa a existir para nós só quando a notamos. E só notamos quando nos dizem respeito e a quem ou a o quê nos interessa. Afinidades eletivas? A antiga  e romântica crença (ou mero desejo) de que todas as coisas afins estão ligadas por conexões invisíveis.



Com conexões, ou sem... Saudades, saudades, saudades...