Ela despreza a inteligência emocional. Ela é um poço de passionalidade, uma bomba relógio de emoções avassaladoras transitando em bailes de máscaras e salões labirínticos. Sua instabilidade se mostra por interesses diversos, na recusa a focos limitantes e fronteiras previsíveis.
Em tempos de cérebro padronizados em linha de montagem (sempre), o padrão é a meta. Ela corteja as curvas suicidas, as subidas estafantes, as descidas abruptas, a agonia do incerto, o terror do inesperado impreciso. Não os procura. Eles se apresentam e a movem.
É uma vida de crise a dela. Estraçalha-se em sentimentos, afogando objetivos em mares nunca antes navegados. Ela é um carro desgovernado, um risco para passageiros fracos e pedestres temerosos. Isso é o que ela é.
Uma essência não deve sufocar-se para viver trajetórias formatadas. O novo pode ser criado apenas pelo autêntico.
(Helena Novais, Avulsos, 03.08.2015)
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