2023 também foi o ano em que minhas vistas foram para o beleléu, ou seja, meus olhos enfraqueceram bastante. Não é mais questão de aumentar a lente dos óculos. Embora uma oftalmologista tenha me examinado e concluído não haver problemas com meus nervos óticos, venho usando lubrificante ocular continuamente para acalmar uma "síndrome de olhos secos". Acordo no meio das madrugadas com os olhos doendo, ardendo e, quando isso acontece, não tolero a claridade durante o dia. Por várias vezes cheguei a passar o dia dentro de casa usando óculos escuros. Daí que a ideia de substituir livros físicos por digitais me parece completamente esdrúxula, mais do que nunca... Eis o resultado do uso contínuo de telas... E escrever também se tornou um processo mais complicado, pois qualquer coisa que eu escreva precisa passar por algumas revisões, o que atrasa tudo.
Não só minhas vistas estão fragilizadas, meus ossos também. Em maio tive uma queda feia em casa. Cai na escada e fui parar em um pronto atendimento carregada por bombeiros. É, pois, é... Bati duas costela, os pulmões levaram um chacoalhão. Não cheguei a quebrar nada, mas demorou um tempo para voltar a me movimentar sem dor nas costelas e no peito. Como se não bastasse, ganhei uma artrite reumatoide em decorrência de uma anemia por deficiência de vitamina B12... Nunca privilegie comer carne, fonte da tal vitamina. Nem é uma questão de consciência ética pelos animais, embora eu os ame. É uma gestão de gosto, mesmo. No geral, não gosto de comer carne! Prefiro as massas, e viva os carboidratos! E quantas vezes entrei em dietas suicidas de folhas! A conta dos desvarios chegou em 2023 e tive que tomar algumas injeções vitaminadas. E, sim, artrite dói! Joelhos, cotovelos, dedos dos pés e mãos e, principalmente, os ossos do quadril... Mas, com injeções, as dores passam como mágica...E ah, sim, também ganhei decréscimo na densidade óssea, consequência da falta de cálcio, deficiência de vitamina D e vida sedentária. Isso tudo com cinquenta e poucos anos. Assim, como será possível chegar na idade da minha mãe, 80 e tantos? Não estou me vendo...
Ah, eu sei, tudo isso pode ser revertido e ou amenizado, ao menos em boa parte, por meio de uma vida menos sedentária, com exercícios físico e alimentação adequada e blá-blá-blá... Seria se eu tivesse força de vontade para tanto. Ainda não cheguei no estágio de me importar, se é que vou... Contanto que não me faltem analgésicos, vou indo... Aliás, se eu ainda não disse isso por aqui, deixe eu dizer: a vantagem do envelhecimento é que com ele vem a liberdade de não se importar com muita coisa... Estou menos interessada em ser educadinha com quem não merece, por exemplo, o que provavelmente é consequência de ter tido de lidar com servidores públicos que só servem aos seus próprios interesses, com uma burocracia totalmente non sense, absurda... Eu até entendo porque hoje o Brasil abriga tanta gente vertendo ódio nas redes sociais, embora eu ainda me esforce para não ser uma dessas pessoas.