Querido diário, não eu não morri... Continuo caminhando sobre a Terra. Também não há nenhum motivo especial que me leva a escrever cada vez menos. Talvez muitos motivos... Na verdade, há muito acontecendo ao mesmo tempo e sempre me pego invadida por uma vontade urgente de fugir para algum lugar onde não existam celulares, Internet, nem um monte de banalidades que ameaçam me levar pra longe do essencial. Hoje em dia é preciso aprender a lidar com a tecnologia da informação para que ela não nos paralise, não nos soterre, não nos transforme em apêndice banal de um mundo banal. Com o celular é fácil de revolver: ignore, desligue, atire na direção da lixeira mais próxima. Pouca coisa é tão urgente que não possa esperar um pouco. Com a Internet é mais difícil. O útil se funde ao inútil, o necessário se entrelaça com o descartável, o sublime com o aparente. O navegar em linha reta exige o esforço extra de equilibrar-se à beira de abismos. De um lado o fosso da desinform...