E ela parou de escrever porque se fazia outra... Em confusão de pensamentos e sentimentos ninguém é nada. Permaneceu inerte frente a caminhos oblíquos. Sem ir ou voltar, permaneceu. Faltou o que movesse escolhas. E ela não escolheu. Soltou-se no vácuo de energia, numa fenda espaço/tempo enquanto o mundo girava e seu eu se reconfigurava deslizando em si. Sem amor, sem ódio ou afogada neles. Sem esperanças, sem convicções ou inconscientemente mais plena do todo do que jamais esteve... E sem talento, sem gosto para vitimismos, para coitadismos... Tudo é existência. Os dias tornaram-se escuros, mas ela não quis falar de escuridão. Os excessos cansam tudo e todos. Surfando em si não saiu do lugar e viajou por mares distantes. Reecontrou paisagens em formato sentimento, de cores, cheiros, sensações não apagadas. Fluídos demais, não são nostalgia. Algo entre memória sufocante e saudade do nunca vivido. É uma viagem que se faz só enquanto outros murmuram, se sacodem, se revoltam, ...