Sempre fui avessa à exposição de Internet. No meu entender, o que deve circular são as ideias e não os egos inflados. Houve um tempo, nos primeiros anos de Internet comercial, em que era possível participar de longas discussões de ideias em fóruns virtuais. Tempo dos nicknames e dos avatares. Ninguém sabia quem era o outro, e não importava. Tempo de ICQ, que culminou om o surgimento da Wikipedia, do Wikileaks, do Linux, das discussões transumanistas… Depois vieram o MSN, as ações de mídia digital, e o pesadelo começou... E foi se aperfeiçoando!
Muito triste ler sobre como a influência nefasta das ações de mídia causou a decadência da qualidade da crítica cultural, por exemplo. Em meio ao vale tudo por um like, por uma visualização, a qualidade só foi caindo.
O que temos hoje é um pesadelo aperfeiçoado, em que ególatras sequer se dão conta de que o são… Fato é que a minha aversão por egos inflados e exposição acaba por afetar a divulgação de qualquer coisa que eu venha a fazer e que dependa de Comunicação. Vídeos em YouTube, TikTok, Instagram me parecem um sacrilégio. Eu até gosto e sigo artistas, artesãos… Porém, não sou profissional das artes. Meu modelo de escritor é aquele com vida pessoal low profile, que dedica os seus dias à leitura, à escrita, às artes, à família, aos amigos próximos. O que deve circular são os livros, os textos, as ideias, as criações… Será que ainda há lugar para quem pensa e vive assim? Talvez, afinal o presente é uma construção...
Foto bem nada a ver… Charlotte Wessels, a cantora holandesa que dias atrás resolveu tosar as longas madeixas. Linda, não?! Aplausos, Charllie!!! Meu sonho antigo, me livrar da cabeleira... É preciso coragem para viver os próprios sonhos. (rs)