Na pista da polêmica envolvendo Jojo Todynho e sua fatídica live de adesão à extrema direita, me propus a escrever a respeito. O que a princípio me pareceu fácil de fazer – escrever uma análise do comportamento do “pobre de direita” – acabou se revelando um problema de difícil solução. Não posso ser leviana de escrever com base no meu “achômetro” meramente, nem me sinto à vontade com a mera aplicação de teorias prontas e conclusões padronizadas, como quem veste um manequim com roupas apertadas. Há elementos importantes envolvidos e paradoxos talvez insolúveis. Conclusão: o que era para ser um texto se tornou uma linha de pesquisa e deve gerar alguns ensaios/artigos a serem publicados lá no Transhumanizando.
Por outro lado, estamos há uma semana da votação do primeiro turno das eleições municipais, o que também significa que estamos no final da primeira metade do governo Lula. Há dois anos o brasileiro estava apreensivo, entre conseguir salvar um futuro minimamente equilibrado, ou vê-lo mergulhar rumo ao abismo. Daqui a dois anos estaremos exatamente na mesma situação.
Verdade que nos últimos anos surgiram diversos veículos orientados à reflexão séria nas redes sociais. O YouTube não é mais domínio praticamente exclusivo dos influencers de extrema direita: MBL está pra lá de decifrado. Tenho observado com entusiasmo os canais Meteoro, Normose, ICL e uma constelação de outros ganhando espaço dia após dia.
Se por um lado não estamos mais tão à mercê dos canais falaciosos da extrema direita e de suas fake news, pois abriram-se janelas, por outro lado o que não se conseguiu, ainda, é colocar em prática o ideal de oferecer informação por meio de uma linguagem eficiente, direta e envolvente para o trabalhador exausto que passa seus dias lutando pela sobrevivência. É um desafio e tanto!
Como levar o que mais importa para quem mais precisa tomar conhecimento dos fatos? A resposta passa por reconhecer as características do público, incluindo o “pobre de direita”. Por isso é urgente compreendê-lo de acordo com as perspectivas e desejos dele, e não das limitações academicistas. "Ah, Jojo não é mais pobre". Não é, mas foi a tão pouco tempo que não pode ter se esquecido.
Estão em lançamento o livro de Jesse de Souza ("O Pobre de Direita", pela editora Civilização Brasileira) e o documentário do ICL. Eu talvez prefira não conhecer esses trabalhos antes de escrever os meus. Mas, comemoro e recomendo essas novas reflexões!
Depois de finalmente ter conseguido aprovação do Google AdSense, se tudo der certo em muito breve contarei com reforços para o Transhumanizando… Parcerias para publicações e secretário para ajudar a manter a vida em ordem... Há de dar certo!