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Terceira Via












Eis que sou novamente a maluca que joga pro alto as oportunidades pelas quais boa parte dos mortais pede aos céu! Mas, desta vez, desconfiei de mim o suficiente para questionar as reais motivações. Teria eu medo de enfrentar as responsabilidades? Ou seria insegurança, complexo de inferioridade? Será que eu minto para mim mesma, me camuflando com idealismos que, na verdade, são meras desculpas para não encarar as reais motivações? 







FATO: "a vida é o que acontece enquanto fazemos planos"... O que aconteceu nos últimos meses é que perdi totalmente minha ilusões socialistas. Foi como areia se esvaindo entre os dedos, aos poucos... Me peguei concordando com os filósofos que afirmaram ser o mundo, sempre, o melhor que pode ser. Dadas as condições, vivemos no melhor dos mundos possíveis... Lamentavelmente! 





E os motivos da minha descrença foram tantos! Resumindo, me dei conta de que existem mais limitações humanas do que supunha minha vã filosofia. O ser humano é um bicho medroso que coloca seus ideais de lado por migalhas, mesmo quando há tanto em jogo, mesmo quando há vidas em jogo, mesmo quando os riscos são mínimo. Sinal dos tempos? Em parte.





Como avançar sem deixar de se preservar? Há quem se perca por tão pouco... E nessa altura do campeonato, quando sei que certas histórias se repetem vezes sem fim e que eu só tenho uma vida para viver, resolvi não ficar gritando, esperneando, me desgastando num jogo de cartas marcadas. Pelo menos uma coisa eu aprendi em meio às minhas mazelas: a gente deve pular fora do caos antes que ele nos engula. E o retrato do caos pode ser simplesmente o caminho que a gente deve percorrer para atingir um objetivo. .. A gente não se dá conta, mas o caminho e o que há no caminho, nos muda, minimamente, um tantinho por dia. Qual o sentido de percorrer o caminho para atingir um objetivo se ao final do caminho eu não serei mais a mesma pessoa? Oras, então não se deve seguir objetivos? Em caminho coerente, claro! A questão é que o objetivo é sempre o devir e o que temos é apenas o passado e o presente.





Como resposta às minhas tantas perguntas sobre mim mesma digo: "Não, nada disso. Só optei por outro caminho". A revolução pela qual eu luto hoje é aquela que começa no interior de mim mesma, que se projeta nos meus dias e que se atinge o mundo é por consequência... "A vida é o que acontece enquanto fazemos planos"... Então o melhor, é manter-se cercado pelos melhores companheiros, os mais inspiradores, no melhor ambiente possível, cultivando o melhor estado de espírito possível, sempre fiel ao essencial... Quando chegar no fim da linha, quero olhar para trás e ver a vida que aconteceu. Se eu não construir algo que tenha alguma importância pro mundo, que pelo menos não perca minha alma nos escombros.