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Mostrando postagens de agosto, 2013

Especismo

 A palavra "especismo" surgiu na minha vida em 2010. Naquele ano, estudando Ética, tomei contato com o pensamento de Peter Singer e Mary Midgley, filósofos que refletem sobre questões relacionadas aos direitos dos animais. "Especismo" se refere à maneira preconceituosa como os humanos se comportam diante de outras espécies. O fundamento principal dessa linha de pensamento é relativamente simples: ao longo da história da humanidade os animais foram entendidos como inferiores aos humanos e sujeitos às suas necessidades e caprichos, tendência esta que foi acentuada pelas religiões. A bíblia católica, por exemplo, fala da criação de um paraíso onde todas as coisas estariam à disposição dos humanos, inclusive os animais, seus companheiros e "enfeites" do ambiente. O resultado disso é que, de modo geral,  os humanos ainda tomam os animais, os diferentes, como inferiores, cuja dor e sofrimento não são tão importantes como a sentida pelos humanos. Daí que ninguém ...

Ciência para quê? Produtividade para quem?

Para compreender o mundo atual, é preciso sobrevoar as pesquisas e os planos para o futuro financiados pelas grandes corporações e desenvolvidos pela ciência de ponta. É preciso olhar para a NASA, para a indústria armamentista, para o CERN,  para os grandes centros de pesquisa nacionais e internacionais... Pessoalmente, não sou contra à evolução científica. Claro que não! Sou contra é que poucos decidam os destinos da humanidade, de acordo com seus próprios interesses. Quando a filosofia faz críticas à ciência se tem em mente um tipo de conhecimento técnico que foca apenas o próprio horizonte, perdendo de vista a dimensão da totalidade. Portanto, q ue o povo tenha compreensão dos processos científicos e esteja em condições de tomar decisões é urgente! Abaixo trechos da Revista Fapesp, de Maio de 2008, pp 75-77. Antiga, porém atual. Os grifos são meus.   Um pouco antes do século passado se encerrar, em 1999, grupos de pesquisadores começaram q se reunir nos Estados Unidos par...

O Jogo

Relembrando o passado é que eu entendo também o meu presente, que se juntam as peças desordenadas. Nos últimos 20 anos muito mudou e nada mudou... Minha religiosidade não é mais tão frágil e meus ouvidos não são mais tão sensíveis. Não me assustam mais cruzes de ponta cabeça ou guitarras serra elétrica. A ingenuidade desapareceu há muito tempo. Ganhou espaço a angústia de saber que aquilo que mais se preza sempre acaba submetido a um sistema econômico que a tudo perverte e que as pessoas, de um jeito ou de outro, colaboram, inevitavelmente. A vontade de estar num mundo diferente, de viver uma realidade diferente é a mesma. Mas, o que está aí é um jogo viciado. E hoje, ainda, nada me importa mais do que encontrar uma saída que leve para fora desse círculo vicioso, longe das interpretações e ações pré-estabelecidas. Não foi à toa que Teoria Crítica me arrastou a estudar Filosofia. Foi a força de determinação do que era mais essencial em mim. A vida familiar da infância, a adolescência, ...

Black Metal

Não raro, as “melhores” famílias têm suas ovelhas negras. Fosse o Heavy Metal uma família respeitável, eu diria que o Black Metal é o filho problema. Criança esta que eu rejeitei no nascimento. Me lembro das primeiras vezes que vi Venom, a banda precursora do estilo, em vídeo, na Woodstock. Foi rejeição instantânea, em parte por preconceitos meus, de fundo religioso. Fã de Heavy Metal, eu não me achava exatamente uma católica radical. Porém, a agressão visual e sonora do Venom não combinava com uma formação cristã, por mais remota que fosse. Além da ostentação de símbolos pagãos, a defesa do satanismo e da violência, a musicalidade me era incompreensível. Vocais berrados, rasgados ou guturais, baterias à velocidade da luz, guitarras com timbre de serra elétrica... Me parecia uma coisa mórbida e de extremo mal gosto. Seria cômico se não me parecesse tão trágico. Não quis saber daquilo. Me interessava uma sonoridade mais tradicional ou com pegada progressiva, ou hard, ou no máximo o powe...

Woodstock Discos os Anos Dourados

  O ano era 1983. Há semanas estou tentando me lembrar de como cheguei lá pela primeira vez. Foi por acaso, por indicação de alguém? Não me lembro... Era uma loja de discos muito especial, que ficava numa galeria da Rua José Bonifácio, esquina com o Largo São Francisco. Eu a encontrei poucos dias antes de sua mudança para a Rua Dr. Falcão, esquina com o Largo do Anhangabaú, onde está até hoje, embora sem um milésimo da “magia” e da importância que teve na década de 80. Foi naquele primeiro dia, numa manhã de sábado, que começou uma aventura que marcaria a minha personalidade para sempre. No início dos anos 80 a indústria cultural era sacudida por um movimento que começou na Inglaterra e se espalhou pelo mundo, a New Wave of British Heavy Metal. Surgido em fins da década de 60, com o Black Sabbath, o estilo de rock pesado com guitarras distorcidas, ganhava um novo fôlego com bandas inglesas como Saxon, Samson, Iron Maiden e Def Leppard. Na época, um Brasil recém saído do regime mili...

Until The Light Take Us

Documentário alemão sobre o movimento norueguês de Black Metal. Melhor coisa que eu assisti em muito, muito tempo! Maravilhoso!

O Lado Bom da Vida, o Filme

  Após um colapso nervoso, Pat  é internado em uma clínica para doentes mentais. Ao retorna à casa de seus país, sob condição de continuar visitando um terapeuta periodicamente e de não abandonar os medicamentos, prepara-se para retomar o antigo trabalho e reconquistar sua esposa, quando conhece Tiffany, uma problemática viúva. O filme tem tanto de comédia romântica quanto de drama. A história é boa, os atores estão bem, especialmente Jennifer Lawrence, a viúva que parece sempre no limite do autocontrole. Mas, tem alguma coisa que não funciona... Me parece que a direção de David O. Russel, oscilando entre estilos, não conseguiu atingir o melhor nem da comédia romântica nem do drama. De qualquer forma, não é de todo um desperdício de tempo. Tem bons momentos, rende umas risadas num fim de noite e é sempre bom rever Robert De Niro, desta feita como pai de Pat.

Medianeras

Filme argentino. Sobre espaços urbano, usos de tecnologias da informação, solidão nas grandes cidades e... Esperança! Assuntos tão atuais que estão ficando batidos, mas neste filme aparecem de uma forma interessante pelo tratamento leve, simpático e inteligente. O final surpreende por um pequeno detalhe e arranca lágrimas de emoção... Singelo! Muito bonitinho!