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Mostrando postagens de setembro, 2023

Tranformações

Transição de gênero dói?  Essa pergunta me surgiu como uma analogia à minha condição de fêmea sujeita às inconstâncias hormonais. Procurando me lembrar dos efeitos do início da puberdade, associando-os aos efeitos do início de menopausa, chego à conclusão: as transformações são fisicamente incômodas! Para algumas mulheres mais, para outras menos, mas sempre trazem em si aspectos incômodos, também emocionalmente e socialmente. Transições de gênero são transformações ainda mais radicais, ou não?  Não posso falar pelos outro, pois não tenho a experiência de outros. Mas, gostaria de ouvir de transgêneros relatos sobre suas transformações, sobre como se sentiram no início da adolescência, da meia idade e ou da homossexualidade.  Homens cis não falam de si publicamente. Ou raramente. E mulheres cis não falam de suas intimidades, ou quando falam frequentemente o fazem de modo velado, com floreios e disfarces cercados por muita ilusão. Menstruação, gestação, menopausa são palavra...

Apaixonar-se

Amar? Me apaixonei perdidamente por dois homens ao longo da vida. Um real, outro imaginário... O “homem real” cruzou o meu caminho em meados da década de 90. Eu funcionária de federação de futebol, ele diretor de um clube. Eu com vinte e poucos anos, ele bem mais velho. Quando o conheci, eu namorava outro, também do futebol, com quem poderia ter me casado. Meu namorado queria casar, eu sabia que não gostava dele para tanto, e surgiu um terceiro que definiu tudo. Optei pelo meu “homem real”. Dizem que mulheres jovens gostam do dinheiro dos homens mais velhos. Eu gostava era das atenções de um homem maduro e bem resolvido. Gostava da segurança de estar com alguém que conhecia o mundo e as coisas do mundo muito melhor do que eu. Para mim, era de confiança e segurança que se tratava. Ninguém, em sã consciência, entrega corpo e alma sem ambas. Com o “homem real” eu teria passado toda a minha vida, se houvesse encontrado espaço suficiente para mim na vida dele.  Dirigente de clube e empr...

Escolhas

Sim, alcançar sucesso em uma empreitada exige que se abra mão de certos interesses. Hoje, o que me interessa é cuidar da minha família e ser uma mulher da Filosofia e dos livros. Apenas! E já é muito... Tanto que não dou conta! Há muitos textos que preciso escrever. Tenho vários livros na minha cabeça, cada um aguardando suas muitas fases de produção. Há todo um horizonte em aberto para novas  pesquisas, escrita, editoração... E há muitos cuidados em andamento, com a minha casa e com as pessoas e animais que nela habitam.  Estranho como a gente muda, como as prioridades mudam... Se até pouco tempo meus olhos se voltavam para o mundo. Hoje eles se voltam para o que está ao meu redor e no meu interior. Fechei o foco. E talvez seja preciso restringi-lo ainda mais em nome da profundidade e da qualidade... Sinto, no mais fundo da alma, que quanto maior o volume de interesses menos eu consigo realizar. Quanto mais o pensamento se dispersa em meio a um milhão de informações, mais dif...

Afetos

Eu teria sido uma ótima madrasta... Jamais teria me colocado entre o homem que eu amasse e seus filhos, independentemente de quem fosse a mãe... Jamais teria permitido que aos filhos do homem que eu amasse faltassem atenção, carinho, apoio, amizade, companheirismo ou o que quer que fosse da parte do pai... Sei do que falo, então jamais teria permitido que lhes apertassem os pés os sapatos que apertaram os meus e do meu irmão...Falta de afeto adoece, não seria eu a contribuir para o adoecimento dos filhos do homem que eu amasse. Digo isso porque ando às volta com um caso de adoecimento emocional na família... Não é pouca coisa! E tem história aí... Há indícios de que é necessário haver pré-disposição para que certas doenças se desenvolvam, e há indícios de que elas podem nunca se desenvolver se não surgirem as condições propícias... Não me sinto à vontade para entrar em detalhes  a respeito... Não aqui. Não no momento.  Mas, me lembro bem das minhas aulas sobre Spinoza... O cor...

Das Paixões e dos Seres Apaixonantes

O que faz com que alguém se apaixone romanticamente? Esse é um tema com capacidade para atrair infinitas elucubrações filosóficas... Eu, porém, tenho explicações muito simples para as minhas próprias paixões. Explicações que não servem para todos, mas talvez contemplem uma parte dos seres humanos que buscam pela companhia dos sonhos. Sempre me apaixonei por pessoas que pareciam refletir os meus ideais mais elevados. A beleza física nunca foi importante e nem eu quis que a minha aparência física fosse o mais importante para alguém. Importante, para mim, sempre foi aquilo que eu estivesse “vendo”, ou percebendo, de mais elevado em alguém, e que fosse admirável... E o é, para mim, quando intimamente associado à ideia de uma alma evoluída que se orienta por altos princípios. Embora eu não me considere uma moralista típica, meu ideal estético é ético. Expressão da minha vontade de tomar parte em um mundo organizado da melhor forma para todos, ou para o maior número possível de seres vivente...