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Mostrando postagens de junho, 2012

Porto Alegre

Eu poderia transformar este blog em um diário de viagens. Não desses que falam sobre pontos turísticos visitados, mas sim que seja suporte de textos sobre reflexões que passam pela minha cabeça no contato com diferentes paisagens e formas de viver. Isso é quase impossível, pois o tempo me é cada vez mais escasso. Mas cabe uma menção aqui, outra ali.  Dentre tantas outras, esta viagem a Porto Alegre é a mais significativa que já fiz. Isso tanto por motivos pessoais quanto profissionais. Curioso que os dois âmbitos se juntem num mesmo lugar... Exatamente às 19:08hs do dia 26 de junho, terça-feira, o avião que me trazia ao Rio Grande do Sul tocava o solo do Aeroporto Salgado Filho. Minutos antes eu havia lido um texto publicado na revista da companhia aérea. O autor aconselha o viajante a preferir as poltronas do lado direito da aeronave, pois desse lado, ao aproximar-se do aeroporto, se tem uma vista deslumbrante... Por coincidência, eu estava do lado direito, mas mal me lembrei de o...

Relembrar é Viver

A vida vai tecendo suas teias e jogando na minha cara o que eu um dia vi e me esqueci. Quem não se lembra dessas cenas da novela Páginas da Vida ? Eu não me lembrava mais... Fui encontrar no Youtube por acaso depois de ver a entrevista do Caco falando sobre a peça Amante que assisti ontem à noite (abaixo). É, os homens não mentem, só omitem... E há aqueles que têm a cara de pau de dizer “ah, eu pensava que você sabia”... E eu que reclamo de falta de empatia vou começar a reclamar de falta de memória também! De qualquer forma, história linda desses dois... Também eu teria me apaixonado por esse Renato inevitavelmente... .

Amante

Os homens se interessam por mulheres que parecem não precisar deles, pois assim eles se sentem livres... Em menos de dois dias li isso em um livro ( Comer, Rezar, Amar ) e ouvi em uma peça de teatro...  A peça – escrita e dirigida por Roberto Alvim, com Caco Cicler, Juliana Galdino e Bruno Ribeiro – está em temporada no Centro Cultural Banco do Brasil (SP) até primeiro de julho. Trata-se de uma adaptação do livro A Amante Inglesa de Marguerite Duras. Após vinte e dois anos de casamento, o marido reclama de solidão e da indiferença da esposa. Ela mata a criada negra, surda e muda, que o marido tomara como amante, e envia partes do corpo, por trem, para diferentes lugares... Mas a solidão da esposa é que acabou por fazer doer o meu coração... Está na linha daquelas histórias em que as pessoas se distanciam e se perdem por não saberem lidar com o que sentem... Há vários bons motivos para assistir à essa peça. Os monólogos, carregados de motivações humanas profundas e obscuras, são e...

P.S. Eu Te Amo

Comprei esse DVD nem sei quando... Ele, hospedado na minha estante, vez ou outra recebia meu olhar de pouco caso... Só fui assistí-lo hoje entre oceanos de lágrimas... Esse diálogo entre mãe e filha eu já vivi e quase à exatidão... O problema é esse mesmo: a gente fica esperando, mesmo que inconscientemente, que as pessoas se toquem do tamanho do mal que nos fizeram e ou que alguma coisa possa ser diferente, que possa ser remediado... Queria perdoar todos os males que me fizeram. Mas, por mais que procuro motivos menos os encontro... A gente demora a desistir de um final feliz seja ele qual for, contanto que seja feliz... E eu tenho esperado por finais felizes sempre, até a exaustão por tentar ser forte por mim e pelos outros. Horrível a gente ter que se conformar com o pior daqueles em que um dia confiou... Isso só diz mal de quem a gente queria falar bem e ter orgulho de um dia ter encontrado, sempre conservando na memórias os momentos bonitos a salvo de toda feiura, sempre mantendo...

Em Trânsito

Imobilidade é algo que  que não se aplica aos meus dias atuais. Me tornei uma educadora que passa mais tempo em reuniões organizacionais e articulações políticas do que junto aos meus educandos. Também tenho me obrigado a ver os amigos, pois os estava deixando em décimo plano. Nesta semana estive no Pátio do Colégio, passei dois dias na Funarte e ainda há um encontro no Centro Cultural Vergueiro. Enquanto isso muita coisa está em compasso de espera. Por enquanto estou gostando das novidades e desse ritmo frenético, mas de ante-mão sei que nada disso combina com minha tendência natural a ser ostra. Vai chegar a hora em que vou querer pular fora, certamente. E no meio do trânsito, comprei o livro da Elizabeth Gilbert, o Comer Rezar Amar . Ontem li as primeiras páginas. Talvez eu devesse ter lido antes... Interessante que ela encontra Deus exatamente onde eu o repudio... Às vezes a vida me parece um circo e que nele a palhaça sou eu... Falar com Deus em certos momentos, é como me...

Enamorar-se

I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die. Me lembro do instante exato em que fiz uma das descobertas mais importantes da minha vida... Estava no meio de uma multidão, subindo uma escada e me veio o estalo... Muito mais importante do que ser amado, é amar e exercitar o carinho que emana desse amor... Parece uma obviedade, mas não é...  A gente sempre confunde a necessidade de amar com expectativas relativas ao comportamento do outro. Fica parecendo que a necessidade de ser amado é inerente. Não é. Amar é uma imposição da natureza; ser amado, quase uma contingência. E eu nunca havia amado alguém de um amor que nem se chama "amor"... Certas coisas não têm nome que as defina e as palavras só cabem diante da impossibilidade de encontrar qualquer outra coisa que sirva como designação....

Verde Como Ouro

Faithfully

Uma das imagens mais bonitas que já vi na vida avistei na Fernão Dias, sul de Minas, numa certa noite de maio, por volta das 21hs. Uma Lua minguante fininha, suspensa num céu sem nuvens e abaixo dela uma faixa de luzinhas brilhantes. Não eram estrelas e sim as luzes de Belo Horizonte ao longe. Aquela cidade não ganhou o nome por acaso. Ao desviar os olhos da janela com a intenção de procurar uma máquina fotográfica e registrar tal deslumbramento me dei conta de que eu tomava parte numa outra imagem surreal, formada por pessoas queridas, esticadas e adormecidas nas poltronas do nosso ônibus fretado, enquanto no vídeo um filme qualquer se desenrolava para ninguém...   Quando adolescente, também eu vivi aquela fase de gostar de música, sonhar em ter uma banda de rock e sair viajando pelo mundo.  E olhe que até tentei. Me esforçava em cantar como a Anne Wilson e o Joe Elliot, aprendi notação musical sozinha, era mega-fã do Steve Perry (a voz mais linda do universo!) e fiz lá os me...

Entre Atos

Estava eu no meu leggin e camiseta, esticada na cadeirinha de praia armada no quintal. Tinha o notebook no colo, os fones no ouvido e assistia ao A Menina que Brincava Com Fogo , a versão sueca para o segundo volume da obra de Stieg Larsson, quando algo me assustou. Com o sobressalto, meu cineminha portátil quase foi parar no chão ao mesmo tempo em que uma tempestade começava a cair. Recolhi as tralhas mais do que às presas e corri para dentro de casa. Ao mesmo tempo, me dava conta de que o que havia me assustado fora uma gotona de chuva que caiu na minha meia.  A tal frente fria chegou sem que eu percebesse e se instalou. Há quatro dias chove ininterruptamente em São Paulo. O solzinho pálido e frio que vinha envolvendo a cidade foi coberto por nuvens densas. A temperatura caiu. Quem anda gostando desse revertério são minhas violetas. Severine, Lucretia e Juliete estão visosas, carnudas e com flores exuberantes. O mesmo não posso dizer da Maria. A roseira está acabrunhada e recus...

Mephisto

Semana passada, peguei emprestado um DVD que acreditava ser Nosferatu, o clássico alemão. Nunca cheguei a assistí-lo por inteiro e me pareceu um bom momento para fazer um certo estudo estético. Cinema mudo, preto e branco, luzes e sombras, etc. Pois foi só ao colocar o DVD para rodar que me dei conta de que distraidamente confundi os nomes, o que foi facilitado pela ausência da capa original do DVD. Não peguei Nosferatu e sim Mephisto. Como eu também não tinha assistido a este Mephisto, não foi de tudo uma perda. Pelo contrário, achei o filme muito bom. E por mais que eu esteja desviando de velhos incômodos, Mephisto é providencial para mim por motivos meus, referentes ao que observo ao meu redor, ao que estou vivendo. Em algum momento somos todos tentados como Fausto... Nunca é demais lembrar. .