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Em Trânsito







Imobilidade é algo que  que não se aplica aos meus dias atuais. Me tornei uma educadora que passa mais tempo em reuniões organizacionais e articulações políticas do que junto aos meus educandos. Também tenho me obrigado a ver os amigos, pois os estava deixando em décimo plano. Nesta semana estive no Pátio do Colégio, passei dois dias na Funarte e ainda há um encontro no Centro Cultural Vergueiro. Enquanto isso muita coisa está em compasso de espera. Por enquanto estou gostando das novidades e desse ritmo frenético, mas de ante-mão sei que nada disso combina com minha tendência natural a ser ostra. Vai chegar a hora em que vou querer pular fora, certamente.





E no meio do trânsito, comprei o livro da Elizabeth Gilbert, o Comer Rezar Amar. Ontem li as primeiras páginas. Talvez eu devesse ter lido antes... Interessante que ela encontra Deus exatamente onde eu o repudio... Às vezes a vida me parece um circo e que nele a palhaça sou eu... Falar com Deus em certos momentos, é como me dirigir a um traidor que se esqueceu de mim em momentos cruciais... O que pensar de um Deus de indiferença e crueldade? Parece que estou sempre vivendo um "vamos ver se agora ela cai" ou "vamos viver mais uma versão do mesmo".





Não faz muito tempo ouvi da minha mãe um "você precisa amolecer seu coração"... Francamente! A razão de todo o meu sofrimento é sempre ter tido um coração mole demais. Sentimentalismo demais, romantismo, lealdade, confiança... Tudo em excesso faz muito mal... A verdade é que me tornei um bobo da corte que seria capaz de tramar a morte do rei. E hoje, mesmo diante de mais um corre-corre, sai da cama com a necessidade de parar e escrever isso.








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