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Mostrando postagens de outubro, 2012

Reveses

Hoje foi dia de faxina virtual. Atualizei blogs, enviei algumas dezenas de e-mail, relatórios, pareceres e, para finalizar, me coloquei a fazer uma limpeza nas minhas caixas postais de e-mails. Deletei centenas, talvez milhares. Tenho o hábito de não deletar e-mails e eles vão se acumulando e acumulando... Daí, hoje dei de cara com mensagens recebidas e ou enviadas há três, quatro anos ou sei lá há quanto tempo... E alguns sobreviveram à faxina... Na verdade, muitos. Entre eles, alguns que não tenho nem coragem de reabrir, outros que leio vez ou outra para ter a certeza de que não sou louca, de que não inventei dramas que nunca existiram. Algumas coisas são muito objetivas... Ou não? E não me desfiz deles, pois permanecem grudados em mim, mesmo quando me esqueço... Na verdade, não esqueço nem por um segundo, embora conscientemente venho me lembrado menos, bem menos. Disse a minha psicóloga que não devo me preocupar, pois os loucos nunca colocam em dúvida a própria sanidade. Será simple...

A Sabedoria das Massas

No sábado, voltei para casa ao entardecer. Devido à votação do domingo, os companheiros, educadores populares que moram em cidade do interior do Estado, preferiram organizar os trabalhos de forma a não correr o risco de chegar em casa quando a votação já estivesse encerrada. Meu trajeto de retorno ao lar foi diferente do que fiz nas outras vezes em que estive no extremo sul de São Paulo. Desta vez, passei  pelas Nações Unidas e por algum motivo atolei no trânsito lento da Berrini.  Trânsito em pleno sábado à noite! E em meio ao luxo e ao poder concentrados na avenida Luiz Carlos Berrini... Na zona sul vi a indignação e as lágrimas de mulheres que temem pela vida de seus filhos... Ouvi delas que as armas recolhidas nas campanhas de desarmamento, das quais elas mesmas participaram, estariam retornando à zona sul e mantando seus filhos indiscriminadamente... Há denúncias de ações intencionais da polícia pelo extermínio da juventude negra. Há denúncias de ações intencionais d...

Off

Eu tinha dezoito para dezenove anos quando fiz minha primeira viagem sem meus familiares. Fui acampar com amigos durante os dias de um carnaval. Alto de Paranapiacaba, céu, cachoeiras e paz. Paraíso na Terra! Dias inesquecíveis de contato com a natureza e paisagens deslumbrantes. Ao retornar a São Paulo após quatro dias, me senti como um extraterrestre que cai numa civilização desconhecida.  Há um ano essa sensação vem se repetindo periodicamente. Pelo menos uma vez por mês passo dois ou três dias isolada, em reunião fechada, com companheiros de trabalho, discutindo práticas pedagógicas e métodos de trabalho. Essa rotina vem contribuindo muito para tornar mais sociável o “bicho do mato” que eu sou. Hoje, novamente arrumo as malas para ficar fora do mundo por uns dias. Dessa vez com uma resistência que de outras vezes não senti... Há uma turbulência não identificada, uma inquietude parada no ar agitando meu coração insone sobressaltado... Menino saudoso e frágil, que qualquer coisa ...

Coverdale/Page - Take Me For A Little While

Lagartas, borboletas... Camaleoas! Velas ao vento... Mesa posta para um homem só! Mulheres! ... sing me songs you know will make me, make me, make me smile...  Now my days are growing cold, All the memories unfold Thinking 'bout the friends we lost, Wondering how to count the cost, Now my days are growing cold I can hardly wait any longer, Now the feeling's growing stronger Thinking 'bout the times we had, Good times always turn into bad, Now my days are growing cold Why don't you take me for a little while, Sing me songs you know will make me smile Why don't you take me for a little while As I watch the rising sun, I see a new day just begun Thinking 'bout the sacrifice, Wondering how to pay the price, Now my world is growing cold Why don't you take me for a little while, Sing me songs you know will make me smile, make me smile Why don't you take me for a little while So now my days are growing cold, All my memories been told Thinking 'bout the drea...

Tempo

Michael Ende é o escritor alemão que, entre outros textos, escreveu História Sem Fim , filmado em 1984. Filho de um pintor surrealista (Edgar Ende), também ele trilhou os caminhos desta vertente artística. Seu livro Der Spiegel im Spiegel: ein Labyrinth , ou O Espelho no Espelho: um Labirinto , também de 1984, há décadas é um dos meus preferidos. É um livro com trinta contos, cada um descrevendo uma situação diferente, com personagens diferentes, embrenhados em universos aparentemente sem sentido. E daí a minha fascinação por ele: o non sense me instiga. Neste livro há uma passagem sobre um estudante que se vê forçado a colocar de lado a Teoria da Relatividade para dar atenção às necessidades da vida prática, como renovar o aluguel do imóvel onde mora. Ende descreve  as teias de aranha e a espessura da poeira que o cerca quando ele "desperta". Enquanto ele estudava o tempo-espaço, o tempo passou, o espaço e as coisas se transformaram. É o que acontece quando a gente se deslig...

Best Friends

See the stars they're shining bright Everything alright tonight Depeche Mode esta nos bastidores da minha vida desde minha adolescência. Periodicamente tiro suas músicas do baú e as coloco na ordem de meus dias... Teria muito para falar sobre essa banda que foi alvo do meu próprio preconceito em dias de hard rock, mas permaneceu na minha vida, sempre, persistentemente.  O DVD de 2009, filmado em Barcelona, é um dos pontos altos da banda. Tem vários momentos excelentes! Mas nada se compara aos minutos de execução de Never Let Me Down Again... Aos 5:56 min, quando Dave Gahan, em meio à multidão de “best friends”, junta as mão e olha para cima como quem agradece, eu penso... Nothing! Não penso, apenas sinto... O sublime!  Este homem tentou suicídio em meados da década de 90; este homem precisou passar pelo suplício de controlar seu vício em heroína e, naquele instante exato, interpretando Never Let Me Down Again, ele era o deus de uma multidão... Sua vida e suas conquis...

Sobrevivente

Em algum momento passei a sentir meus blogs como se cada um deles fosse um lugar específico na minha mente. É assim que tem sido... Terças-feiras, para mim, são domingos, dias sem trabalho, quando faço uma pausa. Hoje me aventurei a vasculhar esses “lugares”, lendo meus próprios textos. E chorei ao ler o texto do dia 5 de janeiro de 2011... Neste dia, psicologicamente deixei o Divagações e me mudei para cá, não sem muito esforço. Me arrastava. E me arrastando deixei um lugar triste e me obriguei a “morar” num lugar que imaginei, um lugar claro, arejado, com céu azul, cheiro de mar e pássaros cantado ao longe, um lugar com luz e esperança... Na época, como eu precisava de um lugar assim para me salvar de mim!  Lamento a perda dos textos do Divagações, pois agora há um véu, a cada dia mais espesso, sobre o lugar que ele representava... De maior parte daqueles textos eu gostava bastante, pela forma como coloquei em palavras o que se passava no mais fundo da minha alma em dias ...

Depeche Mode - It's No Good

Houve uma época, lá por volta de 2007, em que eu ouvia It's No Good várias vezes por dias. Ela me fascinou por um bom tempo e ainda hoje o faz. E acho o Dave Gahan um dos maiores frontmen de todos os tempos. Belo e estiloso, ele incorpora a música literalmente... ou seria seu corpo que se dissolve e flutua em sua voz? .

Filosofia e Cinema

Na semana passada, voltei a frequentar as salas de aula. Agora não mais apenas como professora, pois me decidi a fazer um curso no Museus da Imagem e do Som, o MIS, sobre Filosofia e Cinema. Para minha surpresa, sou a única com alguma formação em Filosofia num grupo de quarenta pessoas. Mais interessante do que as aulas (não que as aulas não sejam interessantes) é observar a reação das pessoas às exposições do professor. Parece que todos procuram na Filosofia uma compreensão maior para algo (como se ela fosse um caminho para o absoluto), e se percebem atolados num mar de complexidades inexplicáveis. Eu, pelo meu lado, na aula me dei conta de que sou mais kantiana do que gosto de admitir. Há tempos comecei a me pegar com uma certa indisposição por Kant. Tive um orientador que era/é anti-kantiano declarado e por mais que eu não o leve muito a sério, no que se refere a teorias do conhecimento (ele é da Política e não da Epistemologia), em algum nível fui influenciada por sua antipatia pe...

Tramas

A vida é cheia de surpresas. Os caminhos se abrem e se fecham à minha frente contra todas as previsões. Acreditei estar seguindo adiante, mas reencontrei o que pensei ter ficado perdido lá atrás. Assim, me dou conta de que minha vida é uma criação única, minha singularidade solta no espaço. Levei muito tempo para me sentir mais ou menos confortável nessa condição perene da existência humana. Sempre acreditei que cabia a mim decidir meu futuro, até me dar conta de que minhas decisões são limitadas pelas circunstâncias, por estruturas e "acasos" que eu não controlo, por tempos que se harmonizam, ou não, por necessidades que se encontram ou se repelem. Como sujeito desse vagar pelo incontrolável conto com minha própria criatividade. Como sobreviveria às maiores dores e dificuldades se não fosse por ela, a criatividade, irmã da vontade  involuntária de viver? Vou tecendo novas tramas, com material de sonhos, de realidade e de esperança em dias coloridos. . .

The Cult - Painted On My Heart

No último domingo, passava eu pela esquina da Av. Paulista com a Augusta, ouvindo a Kiss FM nos fones, quando começa a tocar esta música... Quase cedi ao impulso de subir até o estúdio da rádio, que estava ali a poucos metros, e dizer um "muito obrigado!" ao locutor, o Richard... Uma pérola destas não pode ficar no meu baú do esquecimento... E o que fazia eu por ali em pleno domingo? Bem, me reencontrava com meu destino... É a vida!  Nova fase começando.  :) .