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Por Aqui







Este blog, que sempre foi tão pessoal, anda meio impessoal e jogado às traças. É que entrei numa fase de menos lamúrias e mais pé no chão. Desde começo de março venho trabalhando numa regularidade confortável. Com constância, porém sem corre-corre estressante e horários estapafúrdios. E me impus certos limites, como não me prolongar no computador e na Internet após o horário de trabalho. 





Sim, venho me impondo horários. E após uma queda, que me colocou em repouso forçado por mais de uma semana, também me coloquei a meta de não permanecer aberta a desastres. Eu sei o que me faz mal, o que causa minhas crises de enxaqueca nervosa, minha pressão alta e vertigens causadoras de quedas tanto literais quanto simbólicas.  Então, mudei caminhos e restringi encontros. Ando cuidando de mim, tomando a responsabilidade pelo meu próprio bem-estar. Estou conseguindo, finalmente.





E desde o fins do ano passado venho retomando o hábito da leitura desregrada. Perambulo por bibliotecas e livrarias e trago pra casa o que me chama a atenção. Ler pelo mero prazer de ler. Por isso eu ter feito tantas referências a livros aqui nos últimos meses. Foram os livros que li impulsivamente. Romances e história da ciência estão monopolizando minha preferência. 





Numa das minhas últimas visitas à Biblioteca Aureliano Leite procurei pelos antigos atendentes, dona Nair e "seu" João. Disseram que eles de aposentaram... Isso me fez pensar que há mais de trinta anos frequento aquela biblioteca. Uma vida! Tento lembrar a primeira vez em que entrei ali e não consigo... E pensei nas minhas antigas perambulações por outras bibliotecas. E isso me trouxe uma noção mais aguda de passagem do tempo. O tempo passou para mim também! Parece uma obviedade, mas quando a agente não vive uma vida padrão não tem balizas de passagens de tempo. Não fiz nada nas mesmas fases de vida que outras pessoas normalmente fazem, então idade e tempo me soam como noções estranhas e um tanto quanto sem sentido. 





De qualquer forma, hoje sou uma senhora que também pode começar a pensar na aposentadoria. E o que eu gostaria de fazer na aposentadoria? O de sempre: ler muito, aprender muito, escrever muito. Não faria nada diferente.