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Mostrando postagens de dezembro, 2024

A Chave - 2024, Parte III

Hoje em dia é meio difícil um computador ou celular travar. Até há pouco tempo não era assim, e quando o PC empacava era necessário apertar o botão de reset para desbloquear e reiniciar a máquina... Essa é uma boa metáfora para explicar o que aconteceu comigo há seis meses... E, sentindo que meu cérebro tinha bugado e travado, pedi a ajuda de um psicólogo. Desde então, o que fizemos, eu e ele, foi trabalhar para reiniciar a "máquina" que sou eu... Semanas atrás senti que estava dando certo, pois algumas chaves giraram na minha cabeça e, pela primeira vez senti raiva completamente desvinculada de qualquer outro sentimento. Por anos estive "passando pano" para certos comportamentos de certas pessoas que realmente me fizeram muito mal... Tenho uma listinha, na verdade bem pequena, de pessoas que me fizeram muito mal até sem querer, talvez... Mas, elas, pessoas e listinha, passaram a nem importar mais. Senti raiva pura, por ter sido desrespeitada. Minha história de vida...

Entre Mundos - 2024, Parte II

"...uma vez que você está dentro, você nunca mais sai...  Você é da família para sempre." - Blackie Lawless. Na manhã do dia sete de dezembro, Nicko McBrain, baterista do Iron Maiden, comunicou via Instagram, que o show da banda, previsto para acontecer naquela noite em São Paulo, seria sua despedida dos palcos...  Que Nicko se afastaria das turnês era uma possibilidade em aberto, devido a problemas de saúde. Com 72 anos, 42 de banda, ele passou por um AVC há um ano e teve que fazer muita fisioterapia para conseguir voltar a tocar. A decisão de parar não chegou a surpreender, mas comoveu... E fez passar um filme pela minha cabeça, o filme da minha própria vida. No início dos anos 80, uma menina que um dia fui entrava na adolescência quando foi fisgada pela indústria cultural... Estava em curso a Nova Era do Heavy Metal Britânico e fui engolfado por ela. É que a imprensa musical tinha algo que eu precisava, sintetizado em um produto denominado "banda de heavy metal...

Dentre os Escombros do Insustentável

Com a morte da sustentabilidade a humanidade ganha a oportunidade de substituir a liquidez das relações por uma nova percepção de mundo, novos modos de pensar e de viver harmoniosamente. [ Publicado originalmente em 13 de Janeiro de 2015 ] O ano é 2015... Tal número parece apropriado para a ficção científica, algo sobre um futuro distópico, envolvendo uma terra árida e uma civilização em vias de extinção... E talvez, porque ficção e cinema são produtos tão presentes nesta minha São Paulo natal, estamos imersos, eu e demais habitates desta metrópole, em uma atmosfera de suspensão da descrença... Predomina a sensação de que o filme chegará ao fim, de que vamos sair da sala de projeção para a rua e ver que o mundo real continua igual. Queremos acreditar que a verdade está lá fora, porém... O que parece ficção é real, embora como em Arrakis – o planeta-deserto, apresentado por Frank Herbert em Duna , sua obra clássica de 1965, filmado por David Lynch em 1984 –, a água está prestes a se tor...

A Verdade Que Não Liberta

[ Texto publicado originalmente em 11 de Agosto de 2016 ] Viver em senso comum significa acrediar em falso e verdadeiro. Falso como aquilo que é mentira; verdadeiro como aquilo que é irrefutável, inegável, irrecusável, parâmetro absoluto para a justiça. Dói aceitar que a verdade, frequentemente, é inalcansável para muitos ou para todos. Não ser possível apoiar-se em qualquer verdade é aterrorizante, é estar a um passo do abismo. E talvez porque ninguém gosta de sentir dor ou terror, pelo menos não os ditos "normais", se continue insistindo em verdades incontrariáveis que libertam. "Ela não pedalou"! Como é possível que tantos não aceitem que "ela não pedalou"?! Então se continua repetindo que ela não pedalou... Uma, duas, três vezes, um milhão de vezes... A verdade nem sempre liberta. Muitas vezes a verdade aprisiona.   A verdade, nestes dias de século XXI, é sempre interpretação. Não é irrecusável, não pode ser irrefutável. Pelo uso das palavras é possíve...

Por que sou a favor do impeachment

[ Publicado originalmente em 31 de Março de 2016 ] Sabidamente, os ambientes de construção do conhecimento são palco de divergências e disputas. Um dos poucos consensos alcançados pelo pensamento ocidental no século XX (ou quase isso) é que cada ser humano é um sistema biológico, integrado por corpo e mente, que se desenvolve em ambiente social, no contato com uma cultura historicamente construída. Daí, que como corpo e mente, a manutenção da vida pede a satisfação de necessidades fisiológicas e subjetivas. Todo ser vivo, de alguma forma, percebe a necessidade de alimentar-se; de abrigar-se do frio, do calor, da chuva e do sol; de dar e receber afeto; de viver com dignidade e respeito; de realizar plenamente suas potencialidades. Isso explica o que levava Rosa Luxemburgo – militante radical de esquerda, assassinada no início do século XX durante as lutas políticas que antecederam a ascensão do nazismo na Alemanha – a manter inabalável a sua fé nos movimentos de massa. Para ela “massa”...

O Dia Depois de Amanhã

[ Publicado originalmente em 28 de Maio de 2016 ] Passados alguns dias do afastamento da Presidenta Dilma e mergulhado o país numa onda de retrocesso político misturada com indignação crescente, embora difusa, me pergunto se devo me arrepender da minha escolha de preferir o impeachment. Preferir, no meu entender, não implica necessariamente fazer campanha para, apoiar golpistas ou não golpistas, participar de panelaço ou de qualquer manifestação coletiva e sim, simplesmente... Preferir! De qualquer forma, ao preferir e ver a minha preferência começar a ser concretizada é preciso ter e manter para mim, muito claramente, quais os motivos da minha preferência. Que não me confundam! São os MEUS motivos, bem fundamentados na realidade que eu percebo, e não os motivos de golpistas (ou não golpistas). E os meus motivos, já foram deixados claros na minha primeira manifestação a respeito : eu acredito que o governo petista esgotou-se e que as instituições governamentais estão viciadas e falidas...

Happy Birthday

[ Publicado originalmente em 30 de junho de 2017 ] Hoje é o dia em que eu faria aquele bolo de frutas e chamaria os cachorros da vizinha... Seu primeiro aniversário... Meu Lukinha...    .

Um Amigo

[ Publicado originalmente em 16 de Julho de 2017 ] Eu ia escrever sobre Chris Cornell e Kid Vinil, mas pensei "uau, meu blog se transformou em um obituário"... Na verdade, eu o abri, para escrever sobre coisas tristes... É que as alegrias a gente vive. Elas escoam e eu com elas, sem atritos. As coisas negativas se transformam em ruídos que passam a povoar meu interior, fazendo eco nos ossos, bloqueando o fluxo sanguíneo, atordoando o estado de espírito, acinzentando as ideias. Coisas negativas precisam de catarse, então escrever... E fui escrevendo até que as palavras não dessem mais conta do espanto e passei a calar e a me encolher. Mas, o tempo, cura. Ou ao menos arquiva os desgostos, de maneira a que eles não impeçam os movimentos. Vida é movimento, o resto são cerejas no bolo, ou não... E pé ante pé, lentamente e num período de tempo longo demais, fui saindo do escuro para chegar em um lugar mais claro e ventilado. Não que os ruídos tenham deixado de existir, mas os movim...

Despertar

Como eu já contei em algum texto por aqui, comecei a trabalhar com 14 para 15 anos de idade. Meu primeiro emprego foi em uma imobiliária. O segundo foi em um escritório de assessoria de informações cadastrais para crédito. Depois trabalhei com faturamento, depois com contas a apagar e a receber e controle de fluxo de caixa, depois com organização de eventos esportivos... Até que comecei a trabalhar por conta própria e passei duas décadas fazendo pesquisas autônomas sobre temas relativos às ciências humanas, principalmente Administração, Comunicação, Marketing e Educação. Meu primeiro trabalho como gosthwriter foi sobre torcidas organizadas de futebol. Uma encomenda feita por um administrador que pensava em investir em sistemas de segurança contra os conflitos que aconteciam entre elas na época... Não foi o que eu escolhi, e sim o que a vida me trouxe e eu pude agarrar com as condições que eu tinha. E foi ótimo, porque foi o que me permitiu ler, estudar, aprender e pagar as contas, a pa...

Já é Tempo - 2024, I

2024 foi o ano em que eu perdi o amor da minha vida. Todo o resto fica nublado diante disso. A Maya adoeceu no primeiro semestre e partiu no início da noite de 24 de junho. Na nossa despedida, prometi que aprenderia a fazer das lembranças e da saudade a minha força. Não demorei a me dar conta de que não sabia como fazer isso… Até o fim me recusei a acreditar que era o fim... E me calei porque não acho que posso comunicar a dimensão da minha dor ou que alguém realmente possa compreender. Cada um sente do seu jeito.  Ter um serzinho para amar ao longo dos últimos dez anos aliviava as minhas mágoas e fez emergir a melhor versão de mim. Sem a minha companheirinha, minha filhotinha, perdi meu chão, me perdi. Precisei de ajuda para começar a superar o vazio e o desespero. Encontrei em um psicólogo, alguém que me ouve e realmente procura me entender. Nos últimos meses, ele tem me ajudado a mover as engrenagens da minha mente entorpecida. Aos poucos vou me dando conta da minha situação e r...