A Maya adoeceu no primeiro semestre e partiu no início da noite de 24 de junho. Na nossa despedida, prometi que aprenderia a fazer das lembranças e da saudade a minha força. Não demorei a me dar conta de que não sabia como fazer isso… Até o fim me recusei a acreditar que era o fim... E me calei porque não acho que posso comunicar a dimensão da minha dor ou que alguém realmente possa compreender. Cada um sente do seu jeito.
Ter um serzinho para amar ao longo dos últimos dez anos aliviava as minhas mágoas e fez emergir a melhor versão de mim. Sem a minha companheirinha, minha filhotinha, perdi meu chão, me perdi. Precisei de ajuda para começar a superar o vazio e o desespero. Encontrei em um psicólogo, alguém que me ouve e realmente procura me entender. Nos últimos meses, ele tem me ajudado a mover as engrenagens da minha mente entorpecida. Aos poucos vou me dando conta da minha situação e reagindo. Mágoas e traumas antigos retornaram, muito potentes e emaranhados. Não é o momento de escrever sobre eles.
Foi também um ano de dores físicas para mim. Há poucas semanas descobri que tenho um cisto na coluna. Fiquei contente por finalmente saber qual a causa das dores. Não é maligno, mas exige cuidados e daqui até o final dos meus dias será meu novo companheiro, sempre pronto a me alertar quando eu deixar de cuidar de mim como devo. Além do cisto, osteoporose diagnosticada e possível artrite reumatóide em investigação… Um envelhecimento um tanto precoce! Minha mãe, caminhando para os 90 anos, parece que se sente bem melhor que eu (ainda bem!). E tudo bem! Agora tenho uma ótima reumatologista e um excelente ortopedista, ambos receitando vitaminas e monitorando meu corpinho dolorido. Já me sinto melhor.
Sou grata pela ajuda do meu clínico geral, um sujeito de boa vontade que descomplica a minha vida sempre que possível. Daqui a pouco contarei também com um neurologista, um fisioterapeuta e um acupunturista. De qualquer forma, ainda estou por aqui, neste mundinho infame, e vou precisar me renovar para seguir adiante. Renovar-se não é algo ruim… Fazer exercícios, caminhar, tomar sol e parar de comer bobagens ultraprocessadas não são mais atividades opcionais. A menos que eu prefira sentir dor e abrir mão da vida, claro... Ainda há algumas coisas que quero fazer antes de descer a cortina.
Por outro lado, estou revisando e colocando meus escritos em ordem, e sinto muito por constatar que exportar textos dos meus blogs antigos comprometeu as configurações deste. Ao reformatar cada página, algumas são automaticamente publicadas fora da ordem cronológica. Uma contrariedade que não tenho como contornar. Ou seja, 2024 também foi o ano em que meus textos começaram a ser compilados em ordem nem tão cronológica quanto eu gostaria… Coisas da tecnologia! Ou da minha preguiça em aprender programação. O lado bom é que serão revisados, reescritos e ou descartados. O que foi mera catarse talvez se transforme em algo mais. Já não os entendo com clareza, se tornaram algo desvinculado dos momentos que se perderam.
Impressões sobre o mundo ficam para os próximos textos... No momento estou fora de sintonia...
Li em algum lugar que hoje em dia quanto mais a gente pensa sobre o mundo mais triste a gente fica. De fato! Não ajuda em nada contra a depressão!
Entre os idols coreanos os dentes de leão (dandelions) são uma alusão ao Moon Bin. Fácil de entender o motivo... A Maya também gostava de flores...