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Mostrando postagens de julho, 2012

Arquitetura do Novo Poder Mundial

“O novo poder mundial, cuja ideologia tem como base o neoliberalismo, e como dinâmica a globalização, tem uma ‘arquitetura’, uma hierarquia, instituições e poderes reguladores. Quais são eles? Em primeiro lugar, os Estados Unidos da América, a potência mundial solitária depois do fim da URSS. Hoje, vivemos não mais num mundo bipolar, como nos anos do pós guerra (1945-1989), mas um mundo unipolar.  O chamado Império Norte-Americano é o principal propagador das teses neoliberais em todo o planeta e o principal sustentáculo do capitalismo na sua fase imperialista. Dono de quase 80% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do continente americano, os Estados Unidos e suas mega-empresas multinacionais possuem interesses estratégicos em todo o globo e, inclusive, no espaço.  Este poder possui, como instituições de controle dos demais países, diversas agências, tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial que, via mecanismos como empréstimos, dív...

Contando Histórias

Que imagem teria de mim alguém que lê meus textos? Provavelmente a de alguém que não aceita as coisas como elas são e gostaria de moldar o mundo à sua vontade; dada a fazer julgamentos do comportamento alheio; talvez meio imatura, infantil e insensata, apesar da idade de mulher adulta; melancólica, com baixo controle sobre si mesma, intransigente em suas posições e muitas vezes equivocada... É a impressão que eu mesma tenho de mim, pensando no que escrevo. Porém, me compreendo melhor pela perspectiva de David Hume... Disse ele que somos feixes de emoções que coexistem e se sobrepõe umas às outras momentaneamente... Sou isso! Tenho uma variedade imensa de facetas em mim. A menina sonhadora e idealista, que ama as flores e os contos de fadas, convive com sua queda pelo obscuro, pelo subversivo, pelo underground, pelo gótico, pelo outsider... Se encanta com a crueza niilista e se espanta com a poesia do som dos ventos, com o fluxo das águas da chuva, com a luz do sol escaldante. E sobre m...

Enigma - Return To Innocence

Ah, a inocência... Aquele tempo em que a gente não sabe o que nos rodeia... Saudades dela!!! . . .

Desertos: de Paris ao Texas

"Eu costumava conversar a sós com você depois que você partiu. Eu costumava falar com você o tempo todo, mesmo estando sozinha. Conversei com você por meses a fio. Agora não sei o que dizer.  Era mais fácil quando eu apenas o imaginava. Eu até imaginava que você me respondia. Tínhamos longas conversas. Só nós dois. Era como se você realmente estivesse comigo. Eu o via, sentia seu cheiro. Eu podia ouvir sua voz. Às vezes sua voz me acordava. Acordava-me no meio da noite, como se você estivesse no quarto comigo. Depois, isso foi lentamente acabando. Já não podia mais imaginar você. Tentei falar em voz alta com você como sempre fazia, mas não havia nada lá. Já não podia mais ouvi-lo. Então eu apenas desisti. Tudo acabou. Você simplesmente desapareceu." - By Jeanne - Paris Texas Por uma vida toda estive acostuma à objetividade dos fatos, ao preto no branco. Também eu acreditei no princípio de não contradição e na universalidade... Não sei dizer se o contato com certos aspectos d...

Amigos e Inimigos

Diz a lenda que os sete pecados capitais são a gula, a luxúria, a ira, a soberba, a avareza, a inveja e a preguiça. Há muito tempo eu sei que entre eles, o que me caracteriza é  a ira... Sou do tipo que pode passar anos construindo, tijolinho a tijolinho, e em questão de segundos jogar tudo para o ar e demolir irremediavelmente o edifício de toda uma vida. Fiz isso vezes o suficiente para ter aprendido a me conhecer bem. Tenho uma habilidade de ferir com palavras que nunca vi em outra pessoa. Faço sangrar com uma frase. Funciona assim: vou relevando, relevando, relevando... E as pessoas colaboram para a formação da turbulência, pensando que vou relevar tudo sempre, já que revelei uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes... Chega a hora em que o caos não cabe mais em mim e quando isso acontece, eu já sei onde dói mais no outro... Há muito tempo sei que devo controlar meus impulsos destrutivos se não quiser construir e demolir tudo sempre e sempre me descobrir num deserto com mo...

David Bowie

No momento convivem  muito bem em mim a revolta e a poesia, a mulher e a menina, o sonho e a realidade, a esperança e a lucidez... Nada negado! Nada deixado para depois.  Sou uma mulher de muitos amores e David Bowie não foi uma paixão, tenho por ele aquele respeito e  admiração que a gente deve ter por aqueles a quem ama... Artista completo e genial! Adoro! . . . . .

Os Rumos da Educação Popular no Brasil I – Rede de Educação Cidadã

Meu primeiro contato com a Rede de Educação Cidadã (Recid) aconteceu em 2008. Eu fazia trabalho voluntário em uma associação comunitária, como bibliotecária, e fui convidada a participar de um encontro regional de educadores. Na época, sabia apenas que se tratava de um projeto do governo federal, vinculado ao Fome Zero, o programa de erradicação da fome criada por iniciativa de Frei Betto em 2003, no governo Lula. A Recid nasceu como um braço do Talher, a entidade responsável pelo cadastramento de famílias em situação de risco alimentar. Recusando o mero assistencialismo, o Talher entendia não ser necessário apenas “dar o peixe, mas ensinar a pescar”. Para tanto, a Recid passou a articular educadores populares espalhados por todo o país. A Pedagogia de Paulo Freire foi, então, tomada como método orientador do trabalho a ser colocado em prática pelos educadores, que já desenvolviam trabalhos visando a melhoria de condições de vida em comunidades carentes. Originários ...

Talvez Algum Dia

Eu estava numa aula sobre Espinosa. A professora explicava que para este filósofo, o corpo é “memorioso” e as paixões surgem em consequência das lembranças guardadas no corpo. Me perguntei o que eu teria vivido no meu passado, que teria sido registrado na minha lembrança, a ponto de me ligar a alguém que viveu em ambientes tão distintos dos quais eu mesma havia vivido. Não tínhamos nada em comum a não ser temperamentos explosivos e o medo-pânico dos riscos. Dois seres incontroláveis em rota de colisão! Qual lembrança daria força para uma paixão tão indesejada, repudiada desde o primeiro instante, mas independente, voluntariosa e persistente? Ainda na aula, como num passe de mágica, as imagens que me vieram foram as deste filme... E foi estranho, pois há muitos anos eu não pensava nele. Na época, não pensei muito no assunto. Só um ano mais tarde, chocada com aquela tortura que não terminava, me ocorreu de procurar o filme na Net. Encontrei apenas pedaços que não me explicavam nada, embo...

Eu também, Neil, eu também...

Lorde Morpheus, meu companheiro de todas as noites.  Ele que fala nos meus ouvidos e não me deixa dormir. "Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito, abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como ‘talvez devêssemos ser apenas amigos’ se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor que entra em você e o destroça por den...

O Amor é Lindo

Essa é para pendurar na parede e não esquecer JAMAIS! Um ser humano mais humano e mais nobre na sua nobreza humana... E não precisa transformar sozinho, não... Mas cooperar é indispensável! .

Branding

Fica no Shopping Santo André um dos meus restaurantes preferidos. Na verdade, o shopping mudou de nome e como a distração ocasional para as coisas do mundo é minha opção, não me lembro do nome nem de um nem de outro. Sei em qual canto da praça de alimentação o restaurante de comida típica mineira está instalado; sei que o shopping fica na Av. Industrial. Basta! Vou almoçar ou jantar lá sempre que tenho a oportunidade. E, da última vez, final de maio, creio eu, entre uma garfada e outra, em dado momento, parei e arregalei os olhos ao me dar conta da quantidade de marcas que estavam hasteadas diante dos meus olhos. .. Yes, brand! Estrategicamente colocadas, tentando formatar meu cérebro indefeso e divagante enquanto o corpo degustava as delícias mineiras... Me senti agredida!  Estudei marketing por um bom tempo. Sei como anúncios ingênuos e primários, a partir da década de 40, se tornaram itens sofisticadíssimos de dominação e controle. Heranças indesejáveis de Freud e Maslow, entre...

Rosa Contra Lenin: a Revolução Russa

“No verão de 1918, encarcerada na prisão de Breslau (hoje Wroclaw), Rosa Luxemburgo continua a participar das atividades do grupo espartakista, redigindo textos que são publicados nas Cartas de Spartakus. Desde fevereiro de 1917 ela acompanha com grande impaciência e interesse a revolução na Rússia.  Nestas notas redigidas na prisão em setembro de 1918 (publicadas por Paul Levi em 1922), Rosa critica a política autoritária dos bolcheviques, procurando ao mesmo tempo compreendê-la. Lenin e Trotski foram forçados pelo avanço da contra-revolução, e pelo isolamento decorrente da falta de apoio do proletariado alemão, a adorar medidas antidemocráticas – no caso a dissolução da Assembléia Constituinte – que atingiram não só a burguesia, mas também as massas trabalhadoras. Apesar de reconhecer a difícil situação dos bolcheviques e de admirar sua coragem revolucionária, Rosa não admite que façam da necessidade virtude e imponham seu caminho para o socialismo como modelo a ser s...

O Impossível Pacto Entre o Lobo e o Cordeiro

Texto de Leonardo Boff (Teólogo, Filósofo e Escritor) Fonte: Adital, 05/07/12   [Recebido por e-mail] Post Festum, podemos dizer: o documento final da Rio+20 apresenta um cardápio generoso de sugestões e de propostas, sem nenhuma obrigatoriedade, com uma dose de boa vontade comovedora mas com uma ingenuidade analítica espantosa, diria até, lastimável. Não é uma bússola que aponta para o "futuro que queremos” mas para a direção de um abismo. Tal resultado pífio se tributa à crença quase religiosa de que a solução da atual crise sistêmica se encontra no veneno que a produziu: na economia. Não se trata da economia num sentido transcendental, como aquela instância; pouco importam os modos, que garante as bases materiais da vida. Mas da economia categorial, aquela realmente existente que, nos últimos tempos, deu um golpe a todas as demais instâncias (à política, à cultura e à ética) e se instalou, soberana, como o único motor que faz andar a sociedade. É a "Grande Transf...

Moving

Acordei meio fora de órbita hoje, por causa de uma simples pergunta que me fizeram no meio de uma conversa... Daquelas que jogam a gente no chão, mesmo quando a intenção de quem a formulou foi das melhores. Não adiantou tentarem consertar dizendo “não precisa falar sobre isso se você não quiser”. As luzes já haviam sido acesas... E eu bem sei que escolhi deixar muito na escuridão. Quisera eu poder voltar no tempo, como no final de “Efeito Borboleta” e anular o ponto em que deu tudo errado. Faria o mesmo que Evan, deletaria alguém da minha vida. Mas faria isso por mim.  Acredito em Schopenhauer e Nietzsche... Minhas necessidades reais estão cravadas no meu corpo e por mais que eu faça escolhas racionais, quando menos espero minhas insatisfações se abrem como um poço negro diante dos meus olhos e ameaçam me engolir.  Há não muito tempo, minha psicóloga perguntou se eu sentia medo de sair de casa. Respondi que não. Muito pelo contrário, gosto de caminhar por longas distâncias e p...

O Efeito Borboleta

Apesar do tempo livre cada vez mais escasso, ultimamente  venho me reaproximando de uma antiga paixão: o cinema. Ando revendo filmes antigos em fins de noite, mais do que assistindo a novos. “Efeito Borboleta” foi o último que reassisti, ainda na sexta-feira. E isso mexeu comigo de alguma forma... Bons filmes sempre me fazem pensar muito...  Já faz algum tempo que escrevi algo sobre a poder que a imaginação tem para criar subjetivamente aquilo que lhe falta objetivamente... Não expliquei exatamente porque dizia isso, mas foi por um acontecimento específico, algo que ultrapassa minha concepção do que é mera “imaginação”.  Por outro lado, lembro-me de uma palestra, de uma das minhas professoras mais queridas... Ela fazia uma apresentação sintética do pensamento de Nietzsche e, como introdução, falava do conceito de vontade de vida de Schopenhauer. Segundo ele, foi na busca por garantir condições de manutenção da vida que a espécie humana teria desenvolvido o córtex cerebral...

Divã

Havia planejado passar o domingo escrevendo meu paper para apresentar no encontro sobre estudos de gênero da Unifesp. Inscrevi o resumo de um trabalho para apresentar. Foi aprovado, então agora preciso sistematizar a apresentação. Falarei sobre políticas públicas de gênero na Rússia revolucionária. Mas meu planejamento foi pro espaço na sexta-feira à noite quando um amigo ligou convidando para uma nova versão do encontro psico-filosófico da turma da faculdade. Ando meio que de consciência pesada com relação aos amigos, pois não estou tão próxima deles quanto a amizade e os cuidados que me dispensaram bem merecem. Então, escolhi deixar o paper para depois e aceitei o convite.  Domingo, após o já tradicional café da manhã e bate papo no Bella Paulista, rumamos para o Center Três com a intenção de passar à tarde no cinema e já comprar os ingressos. Na bilheteria, pedi o ingresso que queria, paguei com cartão e segui um casal de amigos rumo à cafeteria. Poucos minutos depois, outro a...

Música

Gosto de música dramática, sentimental, desesperada, melancólica, sangrenta, visceral... Música feita com a essência da vida de quem conhece os fundos de poço e os labirintos... Aqueles que brincam com quem se esforça para recolocar-se sobre os próprios pés quando o vigor vital é reflexo distante... Gosto de música de quem conhece as dores das quedas, das esperanças perdidas, das decepções, dos simulacros, da maldade e dos desejos sombrios, das contingências traiçoeiras, da escravidão das paixões, da luz dos recomeços... Música não é brincadeira de esconder, não é doce para aliviar o amargo, não é show de malabarismo... Antes é incentivo a cada passo na travessia das pontes amargas... . .

Carmina Burana

Quem ouve isso e não se arrepia não está vivo... Não é possível! (É... Hoje foi um dia musical.) " Carmina Burana significa Canções de Benediktbeuern. Em meio à secularização de 1803, um rolo de pergaminho com cerca de duzentos poemas e canções medievais, foi encontrado na biblioteca da antiga Abadia de Menediktbeuern, na Alta Baviera. Havia poemas dos monges e dos eruditos viajantes em latim medieval; versos no vernáculo do alemão da Alta Idade Média, e pinceladas de frâncico. O erudito de dialetos da Baviera, Johann Andreas Schmeller, editou a coleção em 1847, sob o título de Carmina Burana. Carl Orff, filho de uma antiga família de eruditos e militares de Munique, ainda muito novo familiarizou-se com esse códice de poesia medieval. Ele arranjou alguns dos poemas em um “happening” – as “Cantiones profane contoribus et choris cantandae comitantibus instrumnetis atque imaginibus magics”- de canções seculares para solistas e coros, acompanhados por instrumentos de imagens mágicas. ...

Dream Theater

Há tempo para murchar, tempo para florescer... Hoje chorei de felicidade ouvindo essa música. As lágrimas sempre regam flores... E nada como um dia após outro! Grande Dream Theater! Let it out, let it out Feel the empty space So insecure Find the words And let it out Staring down, staring down Nothing comes to mind Find the place Turn the water into wine But I feel I'm getting nowhere And I'll never see the end So I wither And render myself helpless I give in And everything is clear I breakdown And let the story guide me Turn it on Turn it on Let the feelings flow Close your eyes See the ones you used to know Open up open up Don't struggle to relate Lure it out Help the memory escape Still this barrenness consumes me And I feel like giving up So I wither And render myself helpless I give in And everything is clear I breakdown And let the story guide me I wither And give myself away Like reflections on the page The world's what you create I drown in the hesitation My wor...

Blake

"Nem tradição nem restrição. Uma moral diferente segundo a energia dos seres. Exuberância é beleza; o caminho do excesso conduz ao palácio da sabedoria; nunca saberás o que é bastante se não souberes o que é mais que bastante." Willian Blake [1757 - 1827] Foto: Marla Singer (Fight Club) .