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Moving






Acordei meio fora de órbita hoje, por causa de uma simples pergunta que me fizeram no meio de uma conversa... Daquelas que jogam a gente no chão, mesmo quando a intenção de quem a formulou foi das melhores. Não adiantou tentarem consertar dizendo “não precisa falar sobre isso se você não quiser”. As luzes já haviam sido acesas... E eu bem sei que escolhi deixar muito na escuridão. Quisera eu poder voltar no tempo, como no final de “Efeito Borboleta” e anular o ponto em que deu tudo errado. Faria o mesmo que Evan, deletaria alguém da minha vida. Mas faria isso por mim. 





Acredito em Schopenhauer e Nietzsche... Minhas necessidades reais estão cravadas no meu corpo e por mais que eu faça escolhas racionais, quando menos espero minhas insatisfações se abrem como um poço negro diante dos meus olhos e ameaçam me engolir. 





Há não muito tempo, minha psicóloga perguntou se eu sentia medo de sair de casa. Respondi que não. Muito pelo contrário, gosto de caminhar por longas distâncias e por longo tempo. Às vezes me chateia parar de caminhar e voltar para casa, o que acabo fazendo por cansaço. Adoro viajar, ver lugares diferentes, falar com pessoas diferentes. Detesto a rotina, o acomodamento, a imobilidade. Me alimento do novo. Faço o tipo “mochila nas costas e pé na estrada”. 





Mas detesto telefones e celulares, chego a desligá-los por longo tempo. E peguei trauma de desconhecidos me ligando altas horas da noite querendo despejar sobre mim problemas que não são meus. Cansei de ser uma carente tentando suportar as carências do mundo. Às vezes o burburinho do cidade não me deixa espaço, ameaça me sufocar. Em certos momentos, minha necessidade de isolamento é maior do que a minha sensatez. Tenho momentos certos para todas as coisas. Não tenho síndrome de pânico, mas é fato que bloqueio muitas coisas, de acordo com os meus momentos, e  estou bem ciente disso. 





Não estou procurando por uma zona de conforto na felicidade e sim pela paz e serenidade, proporcionadas pela certeza de que, no que me diz respeito, todas as coisas estão como devem estar.  Talvez ande assistindo tantos filmes porque esta é a postura que tenho assumido na minha vida pessoal. Sou uma espectadora, assistindo e aguardando o final do filme. E isso tem dado muito mais certo.




Efeito Borboleta (Parte Final)









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[Saldo do dia: os três últimos tópicos faziam parte de um mesmo texto  que resolvi desmembrar por me parecer confuso...] .





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