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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Conflitos

Não costumo fazer planos e quando faço não os sigo. Não traço estratégias, sou indisciplinada. E isso é um erro, pelo menos no que diz respeito ao meu trabalho. Não fiz planos para 2013, embora tenha conseguido viver um 2012, tenha conseguido me ligar no mundo o suficiente para visualizar a chegada de um novo ano. Também não vou tentar sair do meu ciclo vicioso de planos esquecidos agora. Apenas despertei com a vontade de  confessar para mim a necessidade de me posicionar diante do que está me incomodando. Me incomoda a quantidade de sentimentos negativos que acumulei em mim em 2012. Trabalhei, viajei, conheci outros lugares, outras pessoas e fui jogando pra baixo do tapete a mágoa e a indignação  que vira e mexe se transformam em raiva, que ameça sair do controle e varrer o espaço como furacão. Mágoa, acima de tudo, porque nem por um segundos, há anos, eu me livro da lembrança de alguém que vive mergulhado num poço de orgulho e de auto-proteção, como se fosse o único no mundo...

Frágil

Os último dias foram de uma tristeza densa. Do sul do país veio o abalo que nocauteou a nação. Atingidos em cheio no alto do nosso pedestal, nós, sobreviventes, fomos atirados ao chão, frente à nossa real condição no mundo... Não somos nada! A fragilidade dos mortos de Santa Maria é a fragilidade de tudo o que vive sobre a Terra. Se corre tanto, mas nada salva dela, a fragilidade. Há quem se engana com a ilusão de que pode prever todas as coisas, programar todas as coisas, julgar e controlar tudo e todos, proteger-se de tudo...  O descarte,  muitas vezes, aparece como solução e a gente sai deletando quem mais nos ama, quem mais precisa de nós, protelando as boas palavras, os bons gestos, as pequenas grandes alegrias que são tudo o que a vida pode nos dar e que não são pouca coisa. No meu último passeio, caminhando pelas ruas do centro de Santo André, me percebi quase atropelada por transeuntes umas três vezes. "Será que sou invisível", pensei a certa altura já irritada co...

Contribuições para a Construção de Indicadores do Direito à Comunicação

De Texto de Mariana Tokarnia Para Intervozes Livro apresa as contribuições do Intervozes para o desenvolvimento de meios para a população aferir a efetivação do direito à comunicação em determinada cidade, estado ou país. Foi lançada no final de junho a publicação Contribuições para a Construção de Indicadores do Direito à Comunicação . O livro se propõe a estimular o debate sobre indicadores para a avaliação quantitativa e qualitativa do direito à comunicação no país e é resultado de uma pesquisa realizada pelo Intervozes com o apoio da Fundação Ford. A ideia de realizar uma pesquisa que estimulasse o debate sobre a construção de referências capazes de mensurar o direito à comunicação no Brasil surgiu em 2004, quando o Intervozes trabalhava em outro estudo internacional sobre o tema, promovido pela Campanha CRIS (Communication Rights in the Information Society). O estudo tinha o objetivo de avaliar a base constitucional e legal, a implementação, o papel de diferentes...

Intervozes Publica Pesquisa Sobre Órgãos Reguladores de Rádio e Televisão em 10 Países

Coletivo lança estudo sobre o funcionamento de órgãos reguladores de países da América do Sul, Norte e Europa para contribuir com o debate sobre o novo marco regulatório da comunicação. Com o objetivo de contribuir para o debate sobre o novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social apresenta um levantamento sobre o funcionamento de órgãos reguladores que atuam sobre sobre a radiodifusão em 10 países. O estudo revela a tendência de os países adotarem órgãos independentes para regulação do setor, com ênfase nas questões de garantia de competição, gestão do espectro e de regulação de conteúdo. Foram pesquisadas as estruturas reguladoras de Reino Unido, França, Canadá, Estados Unidos, Bósnia e Herzegovina, Argentina, Uruguai, Alemanha, Espanha (incluíndo um capítulo especial sobre a Catalunha) e Portugal. Sem a pretensão de ser um estudo aprofundado sobre a dinâmica dos conselhos e agências, a pesquisa do Intervoz...

Aaron Swartz, Guerrilheiro da Internet Livre

Por Rafael A. F. Zanatta Revista Forum , em em 17.11.2011 Vida, morte e legado de um programador e ativista genial, que via no conhecimento compartilhado caminho para superar a mesquinhez capitalista. O (suposto) suicídio do gênio da programação e ativista Aaron Swartz não é somente uma tragédia, mas um sinal da enorme dimensão do conflito político e ideológico envolvendo defensores de uma Internet livre e emancipatória, de um lado, e grupos organizados dentro do sistema que pretendem privatizar e limitar o acesso à produção intelectual humana, de outro. Neste sábado (12/01), colunistas de cultura digital de diversos jornais escreveram sobre a morte do jovem Swartz, aos 26 anos, encontrado morto em um apartamento de Nova Iorque (ler os textos de John Schwartz , para o New York Times; Glenn Greenwald , para o The Guardian; Virginia Heffernan , para o Yahoo News; e Tatiana Mello Dias , para o Estadão). Diante da turbulenta vida do jovem Swartz e seu projeto político de ...

Dez Fatos Chocantes Sobre os EUA

O texto já é um pouco antigo, mas continua interessante. Foi escrito por  António Santos, professor de Língua Portuguesa em Massachussetts (EUA)  e publicado pelo Diário Liberdade em 14.07.2012. Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde... bem-vindos ao "paraíso americano". 1 - Os Estados Unidos têm a maior população prisional do mundo, compondo menos de 5% da humanidade e mais de 25% da humanidade presa. Em cada 100 americanos 1 está pres o. A subir em flecha desde os os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controlo social: À medida que o negócio das prisões privadas alastra como gangrena, uma nova categoria de milionários consolida o seu poder político. Os donos destes cárceres são também na prática donos de escravos, que trabalham nas fábricas no interior prisão por salários inferiores a 50 cêntimos por hora. Est...

Donos da EPTV controlam usina que tenta despejar assentamento Milton Santos

Guilherme Zocchio, em 24.01.2012 Para Repórter Brasil Proprietários da Usina Ester, que tenta na Justiça expulsar 68 famílias de área considerada modelo em agroecologia, são donos da afiliada da Rede Globo em Campinas. Antônio Carlos Coutinho Nogueira e José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho, donos da EPTV, afiliada da Rede Globo em Campinas, estão a frente da Usina Ester, que conseguiu na Justiça Federal reintegração de posse da área em que fica o Assentamento Milton Santos, em Americana, no interior de São Paulo. Com a decisão, 68 famílias estão ameaçadas de despejo no próximo dia 30. A área é considerada modelo em técnicas de agroecologia e na produção de alimentos sem veneno. A Repórter Brasil tentou contato com ambos para obter uma posição sobre a situação por meio da assessoria de imprensa da Usina Ester e da rede EPTV, mas não obteve retorno. A assessoria da Usina limitou-se a informar que "aguarda o cumprimento da decisão judicial". Além dos dois emp...

Fórum Social começa com marcha e divergências entre movimentos sociais

Mariana Jungmann e Bruno Bocchini, em 26.01.2013 Para Agência Brasil Porto Alegre – Uma marcha por diversos pontos de Porto Alegre (RS), a partir do Largo Glênio Pires, marca a abertura do Fórum Social Temático (FST), que ocorre na capital gaúcha até dia 31. Nas semanas que antecederam o FST, entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Marcha Mundial das Mulheres no Rio Grande do Sul (MMM-RS) se retiraram das discussões por discordarem da principal organizadora, a Força Sindical no estado. O tema do fórum, que este ano será Democracia, Cidades e Desenvolvimento Sustentável, e a interferência da prefeitura de Porto Alegre no evento são os principais pontos de discórdia. Na nota em que anuncia sua saída da organização do Fórum, a CUT cita uma lei sugerida pela prefeitura e aprovada pela Câmara de Vereadores da cidade segundo a qual o fórum deverá obrigatoriamente ocorrer todos os anos na última semana de janeiro. Para a central, a determinação govername...

Sozinhos na multidão: A solidão na era das redes sociais

Marcelo Bernstein, em 25/01/2013  Para Redação Correio do Brasil Solidão. Essa parece ser uma palavra recorrente e uma constante no comportamento das pessoas no século XXI, o século onde o ser humano nunca esteve, teoricamente, mais conectado aos seus semelhantes em toda a sua história, através do mundo digital da Web e das redes sociais. Por mais estranho que possa parecer, ao mesmo tempo que a Internet abriu um mundo novo e revolucionou praticamente todas as formas conhecidas de relacionamento entre pessoas, comunidades e países, as pessoas nunca foram estiveram mais solitárias e nunca se registrou tantas ocorrências de doenças psíquicas como os diversos transtornos de ansiedade, comportamentos compulsivos originados de quadros de carência afetiva aguda e fratura narcísica, além do impressionante aumento de queixas de depressão, nos mais diversos níveis e sintomatologias. Todos estão conectados, linkados e interligados aos outros através das redes sociais co...

Internet livre: empresas de telecom barram marco civil

Alexandre Bazzan, em 24/01/2013 Para Caros Amigos No último 11 de janeiro, Aaron Swartz, jovem hacker e ativista, enforcou-se em seu apartamento em Nova York. Ainda não se sabe ao certo os motivos, mas ele estava sendo acusado pela procuradora dos EUA Carmen Ortiz, entre outras coisas, de fraude e roubo de informação. O jovem de 26 anos copiou 4,8 milhões de artigos científicos do MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mas foi preso antes mesmo de poder compartilhar o conteúdo. Imbuído pela ética hacker de deixar disponível dados de interesse público, Swartz sempre lutou pela transparência de informações, como esses artigos científicos que poderiam ajudar outros estudos e que, em grande parte, tinham sido financiados com dinheiro público. O próprio MIT concordou em não dar queixa, mas a procuradora insistiu na acusação que poderia levar Swartz à prisão por mais de 30 anos. Ciberativista ferrenho, ele foi uma das principais vozes a lutar contra o SOPA e PIPA, pr...

Das Trevas

Sábado de manhã. Desperto num dia úmido e cinzento. Quero ir, mas quero ficar; quero partir em busca, mas sei que o que procuro não pode ser encontrado neste mundo. Muitas decisões em aberto. E nada me inquieta mais do que esperar o momento certo, que pode nunca chegar ou passar despercebido, sorrateiramente.  Uma amiga convidou para passar o dia em Embu das Artes. Agradeci, me desculpei por não poder ir. Preciso colocar o trabalho em dia. Mas o trabalho, quando atrasa, é porque desperto precisando ir, precisando ficar... Pois decido que vou me permitir ir, ficando. Pelo menos a metade do dia vou passar lendo numa tentativa de serenar a alma.  Sempre me surpreende como os livros colocam diante de meus olhos as respostas para minhas inquietudes... Abro um texto do Sêneca a esmo e dou de cara com uma síntese das minhas aflições. Diz ele:  “Mas em nada interessam as causas da tristeza particular, já que, às vezes, nos ocupa o ódio pelo gênero humano, quando se pensa quão rar...

MST Comemora 29 Anos de Luta Pela Igualdade de Acesso à Terra

O Brasil vivia uma conjuntura de duras lutas pela abertura política, pelo fim da ditadura e de mobilizações operárias nas cidades. Como parte desse contexto, entre 20 e 22 de janeiro de 1984, foi realizado o 1º Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Ou seja, o Movimento não tem um dia de fundação, mas essa reunião marca o ponto de partida da sua construção. A atividade reuniu 80 trabalhadores rurais que ajudavam a organizar ocupações de terra em 12 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pará, Goiás, Rondônia, Acre e Roraima, além de representantes da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e da Pastoral Operária de São Paulo. Os participantes concluíram que a ocupação de terra era uma ferramenta fundamental e legítima das trabalhadoras e trabalhadores rurais em luta pela democratização da terra....